A Vida é Poema
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Gustavo, o ano está no fim e eu já devia estar dormindo. Essa inquietude que me mantém com os olhos abertos é uma companhia tão constante que já desisti de me livrar dela.

Enfim, meu coração não tem mais aquela leveza. Às vezes, paro para lembrar como as coisas tinham um outro significado... é desconcertante. O tempo é mestre, mas um mestre que sempre faz o aluno se sentir burro e impotente.

E tenho esse desespero em mim. Essa vontante de pertencer, de querer permanecer. Mas, Gustavo, eu sempre me vejo fora de foco, longe do grupo, a multidão a água e eu o óleo. Incapaz de me misturar e de criar laços.

Às vezes, me pergunto se alguém que não me viu nascer vai ser capaz de me amar. Sei lá, o sangue te une a mim, mas não acho que você estaria na minha vida se não fosse por isso. E minha ambição tem sido essa, resolver o paradoxo.

Porque, existe essa atração envolvente na solidão de meus pensamentos. Eu gosto de pensar, mas ao mesmo tempo, me vejo desejando ter alguém para ouvi-los. Para me dizer se estou perto demais do limiar entre a loucura e a sanidade.

Existe ainda alguém são? 
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Sei lá, Patrícia, não sei o que é pior. Eu quero acreditar que fiz tudo aquilo por ele porque sou uma boa pessoa. Eu quero que seja por isso, porque a outra alternativa fala mais de sentimentos e eu não sei se estou preparada para admitir que eu o amei.

Mas, era difícil não amar. É como um torcicolo, a dor fica lá, mas você tem que continuar, mantendo o cuidado de não olhar para o lado, para não piorar. E doeu e eu tentei não olhar para ele. Em alguns dias era tão fácil. Mas, na maioria deles eu ficava travada, com aquela consciência de que se eu desse linha, se eu me deixasse solta só um pouco, eu ia cair na multiplicação da dor.

Você sabe que nesses casos a dor só escala, até que um dia passa, sem mais nem menos. Dor de amor acaba com a gente e depois vai embora sem nem um alento. Amor? Mesmo de longe você me faz falar mais do que devia.

Acho que eu preciso saber de você se eu sou uma boa pessoa. Se você me disser um sim, talvez eu consiga continuar nessa de não olhar para o lado. Mas, se a resposta for não, então o que importa todas as razões para ignorá-lo? 

Talvez eu seja só uma mulher normal que já não aguenta mais essa palhaçada de paixão unilateral.
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Sei lá, Alisson, tu sabe que eu odeio esse tipo de circo. A galera aplaude cada coisa. Antes eu via o brasileiro como uma massa homogênea de paixão, determinação e esperança. Mas, sempre que eu me vejo rodeado dessa galera eu não consigo negar que antes eu era ignorante. Isso que dá a gente viver na bolha.

E no fim, ainda tem uma ou outra esperança. Eu chamo de filhos do desespero. Nessas reuniões, sempre encontro um ou outro, passe a reparar, eles estão sempre encarando a saída.

O que entrega mesmo é o olhar. Esses desesperados, os verdadeiros brasileiros, sabem muito bem que eles lá só ligam para encher a própria pança. No fim, esse olhar tão evidente que torna desconhecidos espíritos amigos, é sempre fruto de um desamparo maior. Pode ser alcoolismo, fome, insegurança, discriminação. Não dá para bater o martelo quando todo mundo acaba tendo uma vida difícil por aqui.

Sei o que tu vais dizer, que o resto do povo não tem como saber. Esse olhar a gente só estampa depois de ver a tragédia comum. Mas, sei lá, saber como pode ser ruim faz a gente se agarrar a esperança de um futuro com toda a determinação. 

Acho que chego aqui a conclusão de que para ser é preciso viver. Acho que o problema nem são os privilégios e toda essa coisa. Essa galera não vive de verdade, Alisson. A bolha deles nunca foi estourada, por isso acho que eles nem têm ideia de como é o mundo real. 
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Minha querida Estela, agora que o homem já foi na lua, será que um dia a gente vai conseguir enxergar direito o que tem lá? Eu fico olhando para ela e pensando em tudo que a gente ainda não sabe sobre o universo.

Aqui não faz frio. Nesses meses de mormaço, não tenho vontade de fazer muita coisa, aí eu escrevo. Nada bom, nada que vala compartilhar, mas me mantém longe do desespero. Muita gente morre aqui por causa do mosquito. Aí eu escrevo sobre como tem que ter algo além de tudo isso. Ver tanta vida perdida faz com que eu me agarre a essa sensação de que tudo que a gente não sabe sobre o que vem além é bom. Tem que ter algo bom nesse de lá.

Isso é fé? Deve ser. Sou uma pessoa de fé no meio de árvores mais velhas do que as ruas da capital. Alguém deve ter plantando essas árvores da eternidade. Tem alguém de lá que deve saber o que a gente ainda não sabe sobre a lua.

Mas, eu amo este lugar, não me entenda mal. Você precisar pisar aqui para entender. A gente se sente um pouco eterno.

Com carinho, F.


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I really don't know what to do. I'm so sad, for so long. And it's not that kind of feeling that you know someday will pass. I'm feeling like there's no real happiness in this life. I honestly can not remember when was the last time that I laugh.

And, even when I talking just about myself, this sadness isn't just mine. Trying not to think, trying not to cry, it's best if a stay in silence, because there's nothing to say. Sharing sadness it's just useless in this case.

I don't know. Maybe tomorrow I will wake up better, even great. Maybe when spring come I will able to breathe again. Maybe someday soon I'll find love or something that will make me smile again.

I'm just sad. Sad for a while.
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Fanart do kdrama Goblin: the lonely and great god
O desejo é uma parte essencial da existência? O querer além, o esperar por mais. Como um ser realizado e feliz pode ainda esperar por alguém que faça essa completude... além?

E se o desejo é o ser além, um amor triste bastaria? Se há uma escolha, entre o nada e um amor triste, faz sentido pegar o caminho que rasgará seu coração e te deixará sangrando em desespero? 

Os relacionamentos são a fonte dos clichês, das metáforas inconvenientes, da fé de que dessa vez será a exceção. Mas, o que dizer quando finalmente se entende estar no mesmo ciclo de erros da geração anterior? Sua mãe recolheu do chão os cacos do que seu pai quebrou, e lá vai você fazer o mesmo, enquanto seus filhos observam.

Mas, isso que quebra coisas e corações é mesmo amor? Amor genuíno, que mesmo da tristeza tira plenitude divina. Talvez seja só a paixão, inflexível como a sepultura (amém, rei Salomão), tornando a vida mais caótica, os conceitos completamente impossíveis de interpretação.

De todo modo, os meus amores parecem tristes, mas eu espero no final uma redenção. Desde de que amei, todo o penoso trabalho, fruto do que senti, parece legítimo. Eu não me arrependo de amar quem me fez chorar, quem me fez questionar a verdadeira essência do que há no coração.

E se a tristeza for parte essencial do amor, a fé na redenção é o que nos conduz ao final feliz. Ou ao final. Ou a felicidade transitória. No fim, continuamos. No fim, ainda amamos. 

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Sou o tipo de pessoa que supervaloriza o conhecimento. Saber das coisas me empodera. Mas, saber das coisas que eu posso ver, tocar, influenciar, racionalizar. É bom saber que a terra é redonda. É bom ser velha conhecida dos números primos. É bom olhar para o céu e identificar um planeta porque a luz dele chega aqui diferente da das estrelas.

Mas eu também sou o tipo de pessoa que entende que a ignorância pode ser uma benção. Às vezes, se alienar é o único caminho para manter a saúde. O problema é que não consigo mais fugir das manchetes. Os jornais saíram do horário nobre, da banca, do link no facebook e vieram parar no ar que eu respiro, nos alimentos que compro, no amanhã que almejo.

Eu sei que é egoísta não querer saber. Mas no fim, mesmo sabendo do cenário completo, me sinto totalmente impotente. Eu nunca acreditei que posicionamento de internet faria alguma diferença, sempre preguei que precisamos ser no dia a dia os valores que defendemos. Mas esse tipo de atitude parece tão insignificante.

E é triste olhar ao redor e me sentir sozinha. Foi só eu que olhei os livros de história e notei que a Igreja se corrompe ao abraçar o Estado? Foi só eu que li como o Estado, guiado pelos religiosos, mataram meus irmãos em cruzes, apedrejamentos, panteões, fogueiras, campos de concentração? Eu não quero sangue em minhas mãos. Eu não quero cometer os erros abomináveis do passado.

Preciso confessar que ando pecando com a mentira. Fico falando que o silêncio é uma benção, me calo para evitar discussões. Mas a palavra é o poder que detemos. E, por mais que eu respeite as pessoas, não consigo conciliar os valores cristãos com o caminho que tomamos.

Eu escrevo há anos e isso é um bom exercício para manter o que importa no coração. Daqui a algum tempo, quero voltar aqui e saber que eu pelo menos escrevi. Que eu pelo menos fui fiel a minha verdadeira fé.
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Faz tanto tempo que não escrevo. Talvez eu precise do desconforto como musa. Mas hoje refleti um pouco sobre o que ando fazendo de errado.

As coisas por aqui são muito cíclicas. Estou sempre fazendo as mesmas perguntas e chorando pelas mesmas dores. E se o ambiente muda, o problema deve ser eu.

Por isso, acho que no fim eu ainda não sei o que de é de fato amar. É renúncia? Espera? Esperança? Compaixão? Uma junção de tudo que é bom?

Mas, como saber? Eu sei que, independente de atitudes, o que eu sinto pelos que me são mais queridos não se esvai, mesmo que sofra momentos de incredulidade. Então talvez o amor seja continuar.

E se eu continuar talvez eu descubra. Agosto está quase no fim, em 2019, a floresta está queimando e eu quase não dormi. Talvez o amor seja ainda estar aqui. No não desistir a gente ama o que sobrar. Saindo da bolha talvez a gente encontre um jeito de realmente amar.
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Aquele dia veio, passou e nada mudou. A realidade foi melhor do que o sonho.
Mas no fim, é melhor cultivar ilusões com dragões e castelos, do que sonhar com a saudade.
Talvez meu coração esteja partido. Talvez isso seja um nó na garganta. Talvez seja saudade.
Dia vai vir que passe. Dia vai vir que o sonho se torne realidade.
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Tenho aprendido que o silêncio é uma resposta tão boa quanto qualquer outra. É cansativo viver todos os dias a mesma batalha. No fim eu nem sei se quero ganhar a guerra. Faz parte. Faz parte. 

Eu tenho medo das palavras que eu não escrevi. Será que elas vão me assombrar na madrugada? A abstração também é tão boa quanto qualquer outra resposta. Eu às vezes me lembro de ler Caio nos dias de depressão e tenho medo. Tenho tanto medo.

Medo de terminar como meus poetas mortos. Medo dessa cuca privilegiada que não cria nada, só planeja pela parede do quarto. Medo da bagunça, medo da ausência.

Eu tenho terror das noites de olhos abertos, encarando o que não conquistei, o que não alcancei. E eu nunca alcanço ninguém. Ninguém nunca me alcança. 

E se a gente privatizar nosso coração? E se a gente deixar na mão de terceiros a solução. Acho que já tentei isso, sem sucesso.
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Ahh, a internet! Ainda consigo me lembrar de usar as horas livres do curso de Windows 98 para entrar no site do programa infantil da Xuxa e jogar. Bons tempos! Mas, fui ter acesso a este belo mundo bem mais tarde, em meados de 2010, quando eu já tinha meus 15 anos, quando eu já era fã de Crepúsculo, quando minha família já tinha me ensinado sobre respeito.

Eu sempre quis usar a tão famosa frase: "Mas na minha época...", e a sentença não é tão famosa sem motivos. No início da década a gente era mais legal. A blogosfera de fato englobava um mundo de blogs diversos, atrativos, interessantes. As pessoas trocavam gentilezas nos comentários. Fui uma adapta tardia da rede, mas nos blogs eu sempre mantive visitação constante.

O ponto é que hoje em dia não temos mais isso. Não trocamos mais gentilezas nos comentários. Nas últimas semanas pelo meu twitter, eu decidi que prefiro ter paz do que ter razão (Deus abençoe Supercombo). Em duas situações diferentes, tratando de assuntos sem relação, duas pessoas totalmente desconhecidas responderam minhas postagens já procurando por briga. 

Onde foi parar o diálogo? Claro que não estou afim de conversar com o velho nerd padrão que ainda pensa que detém direitos sobre um personagem que ele não criou, que não gera lucro para o bolso dele (pelo contrário), mas o ponto é, para quê tanto ódio?

E daí se eu acho que em algum ponto as pessoas vão ser mais sensatas quando o assunto é política? E o que muda na vida de alguém se eu acredito que Christian Bale foi um Batman medíocre, que só conseguiu chegar a um terceiro filme por causa dos vilões, muito bem interpretados e construídos? O seu mundo vai acabar se eu afirmar que, de coração, acredito que o mesmo cara que fez o Edward Cullen, o amor da minha vida pré-internet, vai ser um ótimo Batman?

É ódio demais por coisas que não mudam em nada, absolutamente nada, a vida offline. Por isso, decidi não responder quem já vem com a intenção de encontrar uma boa briga. Por isso, decidi pesquisar sozinha sobre reforma da previdência, reforma política, liberdade de imprensa, porte de armas. Por isso, santo Deus, veja bem, eu continuo lendo diariamente a minha bíblia. Obrigada Senhor por me ensinar sobre a sabedoria no silêncio, sobre o amor em meio ao ódio, sobre como a gente nunca deve pecar por falta de conhecimento.

Querido leitor, o conhecimento salva. 
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Eu não quero passar a vida a espera de boas notícias.
Eu não quero passar a vida a espera.

Essas árvores podem contar sobre a gente?
Elas te viram chegar?

E quem vai poder dizer
sobre os dias em que você morou na rua dos pomares?

E quem vai contar sobre as voltas que eu dei
só para te encontrar?

No fim, a vida é dizer adeus.
Por isso, até logo.
Na próxima estação o pomar floresce outra vez.
Do próximo amor eu me convenço de vez.
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Sabe quando você puxa um elástico até que ele se solta e causa um estrago? Eu hoje fui o elástico e meu dia a mão do caos me puxando de todos os lados. A verdade é que tem sempre aquela semana maluca que tudo acontece de uma só vez, coisas boas e ruins. Claro que a nossa memória se apega apenas aos momentos indesejados.

Alguns problemas estão me esperando pela manhã. Eu devia ir dormir sem enrolações, mas o meu jeito de evitar o estrago lá do elástico é escrevendo. Então preciso contar que tenho algumas contas para pagar e o dinheiro não está disponível. Perdi coisas importantes e sou a pior pessoa em buscas. Semana que vem tenho várias reuniões importantes e nada está pronto para apresentar.

Eu estou tentando, mas ser adulta é difícil. E estou com sono. O melhor é dormir para o dia ruim acabar. O melhor é dormir porque, a longo prazo, a memória faz uma volta surpreendente. O tempo apaga os momentos ruins e faz as boas lembranças duradoras.

Essa é a vida. Coragem, porque amanhã tem mais.
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Esta ano eu já li seis livros. Desses seis, cinco foram sobre casais que terminam com o "felizes para sempre" depois de alguns conflitos. E eu amo! Gostaria de parabenizar pessoalmente Jane Austen por inspirar tanta coisa que veio depois. Mas, caramba, isso não faz bem pro meu coração.

Eu sou uma jovem adulta que não se decide do que tem mais medo: da rejeição ou da solidão. E não é difícil escrever sobre isso. (Na verdade é, porque 2019 tem sido de um grande bloqueio criativo, mas esse problema não é o assunto aqui tratado). E ler casais sobrevivendo a todas a dificuldades para no fim o amor triunfar, me faz pensar que há algo essencialmente errado em mim. Afinal, esse amor nunca foi parte da minha narrativa. Mas, não acho que seja esse o caso. O ponto é que os sentimentos nunca se alinharam. Eu nunca gostei de alguém que gostasse de mim. Ninguém que eu já gostei retribuiu.

Talvez por isso eu aprecie tanto ler e escrever sobre casais. É quase como contar sobre um milagre. Uma pessoa notar a outra na multidão e encontrar motivos para continuar olhando. Alguém ultrapassar a primeira impressão e criar uma duradoura. O amor é um milagre, leitor. Sem dúvidas um dos maiores.

Mas, os meus dois maiores medos, que são um tanto conflituosos, sempre encontram um ponto de concordância. É mais fácil ficar em casa lendo livros, fugindo da realidade, do que realmente enfrentar o vida, por isso meus temores me mantem neste quarto. Em dias como este, nem para o meu cachorro eu consigo abrir a porta. Mas, eu estou fazendo meu melhor. Nos dias melhores, eu estou procurando meu milagre.

Espero que os sentimentos se alinhem em algum momento. Espero que alguém consiga provar que meus medos são injustificáveis. Talvez não seja justo colocar essa carga em um terceiro desconhecido, mas talvez confiar seja a maneira de evoluir do que sou agora. Eu preciso de confiança para abrir a porta. Querido leitor, torça para que alguém bata, assim não precisarei me contentar nem com a solidão nem com a rejeição. 
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Ela já conhecia o rosto dele, mas aquela foi a primeira vez que ouviu sua voz. Ele abriu o caminho e um sorriso. Ela sentiu algo novo, algo diferente. No início foi por causa do riso na voz.

Depois ela chegou silenciosamente com o vento. A voz mais uma vez a surpreendeu, mas naquele momento o que a arrebatou foram os olhos. Olhos que prestavam atenção. E naquele instante era tudo sobre o olhar.

Com o tempo vieram outros detalhes: o cabelo, as mãos, o jeito de caminhar. Mas, ela compreendeu que aquele sentimento extraordinário, estranho, aterrorizante não era passageiro.

A verdade é que paixões nunca parecem passageiras quando se sente. Elas parecem ondas eternas de euforia, animação, alegria, desespero. Elas parecem agentes do caos prontas para nos lançar em demonstrações de vulnerabilidade desnecessárias.

Mas, aquela garota pensou que aquela paixão não seria tão fácil de deixar para lá. Não era como na época da escola, no estilo não gosto dele porque ele falou mal da minha banda favorita, não. Era uma paixão naquela fase da vida na qual tudo já devia estar determinado e estável.

Ela sentia tanto medo dessas perspectivas. E se ele também tivesse sentindo algo novo naquele primeiro momento? E se ele também tivesse se apaixonado quando ela chegou com o vento? E se não? O não parecia a opção mais segura, mas por que então doía tanto?

Sempre dividida entre alguém que nunca estava lá, por quem só mantinha um tenaz apego e ele que estava lá, com todos os sentimentos dela, mas sem indícios ou pistas do coração dele.

No fim, ela concluía que iria passar. Vai passar. Todos passam, mas a solidão fica. Há algo de bom na solidão, sempre há algo de bom. Por isso ela escrevia um texto, falava sobre si em terceira pessoa. As palavras, afinal, têm o poder de tornar realidade fantasias. Quem sabe também não teria a habilidade de transformar um sentimento real em um conto, uma ilusão quase esquecida? Talvez.

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Primeiro desenho do ano, bem blogueira.

Sim, queridos leitores fantasmas, estou completando dez anos na blogosfera. O meu primeiro blog, como de muitos, foi sobre moda e deve ter durado um mês. Eu chamo de pequena tragédia adolescente e, como é comum nesse gênero, foi algo passageiro e insignificante.

Mas, eu gostei deste espaço. Agora, eu já me conformei com a ideia de que eu não vou viver disso, meu blog não vai me garantir mimos ou abrir as portas para que eu publique meus livros. O meu blog é meu mundo de desabafo. Eu não entendo completamente a minha necessidade de deixar aqui meus quase segredos para qualquer um ver. Mas, é meio reconfortante pensar que estou dividindo algo, do conforto da minha cama, sem precisar olhar nos olhos de ninguém.

Mas, me irrita quando descobrem esse meu trabalho de uma década e desmerecem. Não é porque eu não tenho mais uma agenda de postagens, ou porque esse não é meu trabalho real oficial, que significa que é fácil. Eu demorei metade desses anos que passaram para ter coragem de divulgar o que eu escrevo. E eu tinha razão de temer! Eu nem sabia a diferença de mas e mais.

Hoje eu melhorei um pouquinho, mas não significa que ficou mais fácil. O hábito tornou o botão de publicar menos aterrorizante. Mas, ainda é um desafio. Falar a verdade é sempre um desafio.

Então aqui vai a verdade: eu amo cada texto mais ou menos que eu postei aqui. Eu amo olhar meu arquivo e relembrar cada momento que decidi registrar. É maravilhoso ver que eu cresci. É aterrador quando percebo que meus medos e angustias não mudaram muito com o tempo. Mas, o principal é que escrever aqui me salvou muitas vezes de muitas maneiras. E quando algo nos salva, não dá para minimizar sua importância em nossas vidas.

Ser blogueira me trouxe aqui em certo nível. É bom saber que cada passo do caminho ficou registrado.
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Você não tem o direito de soar sensato agora que meu coração dispara por outro alguém. Durante anos e anos eu esperei, desejei, pedi aos céus, mas você se recusou a ceder a qualquer uma das minhas súplicas. Não é justo comigo você decidir vir na minha direção quando eu finalmente consegui escolher um novo caminho.

Agora eu fico feliz, genuinamente feliz, por fazer esse novo cara sorrir. Fico tremendo como uma adolescente estúpida depois de encontrá-lo. Passo horas me perguntando se ele sente o mesmo. Eu estou apaixonada, e não é por você! Isso é tão libertador que às vezes acho difícil acreditar que irá dar certo.

Mas, a gente nunca deu certo. Então se esse novo cara no fim não der a mínima para meus sentimentos, o tempo que passei te amando sozinha terá ao menos sido um bom treinamento para a decepção.

Sabe, eu não preciso disso. Eu tenho uma família ótima, amigos maravilhosos, estou fazendo com a minha vida exatamente o que sempre planejei. Eu não preciso de garotos me confundido, eu não pedi para meu coração disparar.

E as pessoas tratam a "solteirice" como se fosse uma maldição. Deus nos livre de uma mulher escolher não se casar! Mas, sabe, não é uma coisa ruim. Não é o fim do mundo. Na verdade parece um caminho extremamente atraente.

É claro que agora, apaixonada, eu só quero saber de estar ao lado dele. Talvez eu devesse esquecê-lo. Foi quando eu te esqueci que você resolveu ressurgir. Parece um plano. O único problema é que não consigo parar de pensar nele.

Enfim, em você eu não penso mais. No fim a gente pode superar tudo na vida. Até o amor.
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Olá!

Eu sou a Ana. Por aqui você vai encontrar começos de livros, desenhos quase bons e confissões de uma jovem adulta em uma jornada para alcançar algo além do comum. Fique a vontade.
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