Um amor triste

Fanart do kdrama Goblin: the lonely and great god
O desejo é uma parte essencial da existência? O querer além, o esperar por mais. Como um ser realizado e feliz pode ainda esperar por alguém que faça essa completude... além?

E se o desejo é o ser além, um amor triste bastaria? Se há uma escolha, entre o nada e um amor triste, faz sentido pegar o caminho que rasgará seu coração e te deixará sangrando em desespero? 

Os relacionamentos são a fonte dos clichês, das metáforas inconvenientes, da fé de que dessa vez será a exceção. Mas, o que dizer quando finalmente se entende estar no mesmo ciclo de erros da geração anterior? Sua mãe recolheu do chão os cacos do que seu pai quebrou, e lá vai você fazer o mesmo, enquanto seus filhos observam.

Mas, isso que quebra coisas e corações é mesmo amor? Amor genuíno, que mesmo da tristeza tira plenitude divina. Talvez seja só a paixão, inflexível como a sepultura (amém, rei Salomão), tornando a vida mais caótica, os conceitos completamente impossíveis de interpretação.

De todo modo, os meus amores parecem tristes, mas eu espero no final uma redenção. Desde de que amei, todo o penoso trabalho, fruto do que senti, parece legítimo. Eu não me arrependo de amar quem me fez chorar, quem me fez questionar a verdadeira essência do que há no coração.

E se a tristeza for parte essencial do amor, a fé na redenção é o que nos conduz ao final feliz. Ou ao final. Ou a felicidade transitória. No fim, continuamos. No fim, ainda amamos. 

Ana Marques

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