Absolutamente nada

Tem sido dias difíceis em que não estou tendo forças para acreditar.
A Fé nem sempre vem por um preço razoável.
Eu tenho me perguntado qual o sentido de tudo isso, o propósito. Porque se uma vida só vale a pena se vivida da melhor maneira eu tenho desperdiçado a minha. Perco tanto tempo seguindo as regras dessa sociedade doente e nem sei porque. Acho que só não consigo enxergar outro caminho.
Eu tento esquecer o que me inquieta. Em alguns momentos eu durmo (demais), em outros eu luto para não ceder ao sono. Cada ação traz um problema diferente. Acho que nunca estive e que nunca estarei bem (nenhum de nós está).
As vezes verbalizo isso, como se dizer fosse fazer essa angústia (ou a falta dela e de qualquer coisa que prove que eu ainda estou viva) ir embora. As vezes escrevo, mas aqui dentro continua do mesmo jeito. É como se eu tivesse sido forjada em gelo sólido. Meu coração é um iceberg. Tem dias que as coisas mudam, em que eu sinto uma brisa de verão aqui dentro de mim.
Mas não hoje.
Hoje não há nada, absolutamente nada.
Isso não é bom.

Ana Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário