Cartas de Amor aos Mortos

Já tem quase um ano que eu postei a ultima resenha aqui no blog. Ano passado eu tentei deixar os livros um pouco de lado e foi algo muito bom pois tive tempo de me dedicar a outras coisas que também são importantes. Mas essas férias resolvi colocar as leituras em dia e escolhi esse livro para voltar com as resenhas.

Cartas de amor aos mortos é composto a partir de cartas que Laurel, a protagonista, escreve para os seus heróis da música, do cinema, da literatura, que já partiram. Tudo começa com uma tarefa para o novo colégio. Ela escolhe mudar de escola para evitar as pessoas que sabem que sua irmã mais velha faleceu. Ela apenas quer continuar sua vida e tentar ser a cada dia mais parecida com sua irmã.

O livro é bem triste e dramático. No início pensamos que a depressão da Laurel se deve apenas pela morte da irmã mas durante a leitura fica claro que os sofrimentos da menina são mais complexos e com motivações mais profundas. Ela está sim triste por perder a irmã, mas os problemas começaram bem antes disso.

Durante a leitura a Laurel faz novos amigos, encontra um amor, como é normal ao iniciar em uma nova escola. O interessante é que os conflitos de cada personagem secundário também está ali fazendo presença na trama e tirando o foco da tristeza da protagonista. E May, a irmã que no início do livro já está morta, é uma presença constante e, desde o começo, fica claro que ela não é nada perfeita como Laurel descreve. 

O livro é bastante previsível. Não possuí absolutamente nada de novo mas cumpre seu papel de emocionar. Me lembrou bastante Garotas de Vidro (que é um dos meus livros atuais favoritos) e As Vantagens de ser invisível não só pelo fato de ser composto por cartas, mas também porque a Laurel é extremamente parecida com o Charlie. Isso não deve ser coincidência porque o Stephen Chbosky é mentor da autora. 

Claro que as pessoas para quem a Laurel escreve torna a trama bem interessante. E, mesmo que a protagonista esteja claramente com sérios problemas, ela é uma excelente narradora que não prejudica o livro com sua tristeza (o que hoje acontece com muita frequência). Eu não quero mais ler livros com essa vertente sick lit mas indico para quem gosta do gênero e pra quem como a Laurel também não acredita ainda que pessoas como Amelia Earhart e Heath Ledger morreram de forma tão triste e inesperada.



Ana Marques

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