A Vida é Poema
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É tão difícil continuar amando algo que a gente já amou junto. Tão cansativo ter esperança de um futuro que todos desejam matar.

Com meu coração sempre partido, volto ao ponto de partida para reabrir as feridas. São sempre as mesmas armas, não consigo evitar.

A chuva vem e limpa a estação, ouço o trem de longe chegar, talvez eu devesse só não voltar.

Onde vou estar daqui a um ano? Eu só queria ver alguma coisa mudar. 

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Caramba, quantos dias amontoados que formaram um ano inteirinho. Nem vi passar, tentei só não desmoronar, acho que deu certo.

Se ano passado tive a experiência mais incrível da minha existência, este foi o tempo de realizar os sonhos que eu nem ousava mais lutar por.

A minha vida agora é tão mais do que só produzir para terceiros. A arte me salva e salva de novo. Ainda que aquela música da Taylor faça sentido demais, bem na parte que diz que ela daria uma ótima esposa, é uma pena que não bate tão bem, os dias não são mais impossíveis como já foram.

Claro que quero desistir a cada vinte horas. Mas é um avanço tão grande porque antes não tinha um momento que eu desejava outra coisa.

Agora quero dançar, quero subir na sapatilha de ponta, quero escrever aquele livro (quero querer, são três anos sem uma letra inédita nas minhas ficções), quero ir para casa dos meus pais e abraçar meu cachorro que continua vivo.

É sempre maravilhoso, é sempre desastroso. É preciso viver enquanto há tempo. 

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Talvez a arte venda sua alma e no fim restem só algoritmos para criações sobre demanda. Depois de tantos anos aprendendo, investindo e aprimorando, o curso de ação mais racional é abandonar tudo e encontrar uma nova linha profissional.

Mas a gente cria porque vive, porque fomos criados, porque silenciando nossa arte, não resistimos a aridez dos dias, a dolorosa realidade.

O dinheiro precisa vir de outra parte. A fonte de sobrevivência às vezes mata até nossa vontade, mas o viver vem sempre da arte. A gente vive pelas palavras quebradas, encaixadas de madrugada, pelas linhas traçadas em intervalos corridos. Nossa vida se faz quando os sonhos são materializados em páginas amareladas.

A resistência final é ainda sonhar. Sonhar que podemos nos unir e nos cuidar. Sonhar que um dia a pessoa certa vai compartilhar e então todo mundo vai comprar. Sonhar que o trabalho vai ser valorizado e não apagado como se não custasse lágrimas e suor.

Sonhar, criar, resistir e insistir. A gente vai ser vencido, mas nunca dá para desistir. 

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Viver com um cronômetro sobre os ombros cria mecanismos de defesa contra pensamentos destrutivos. Se há uma contagem regressiva para acabar, significa que toda angústia se findará. 

Meu dinheiro acabou e ainda é dia 30. É difícil viver só pelas contas. Preciso viver pela esperança. Preciso viver pelos sonhos que não tenho ousadia de gritar e perseguir até que magicamente se materializem na conta de satisfações que encorajam continuar, mesmo que pelas contas. 

Li um conto tem dois anos e escrevi nas margens sobre amigos repatriados por aqueles que buscavam o extermínio dos que já estavam aqui. Não consigo lembrar como a gente sobreviveu, às vezes não sei se acredito que a gente vai muito mais longe.

Essa ebulição catastrófica queima a largada dos planos para os 80 anos. Foi assim que percebi que me roubaram os 25, 26 e 27. Choveu lá fora e o cronômetro pifou, voltou com números faltando.

A gente não pode recuperar o tempo. Por isso, agora encaro o ponteiro girando, para não perder o próximo colapso que vai fazer ele engolir o quanto a gente pensou que sempre teria, que nunca perderia. 

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Comprei mais um livro do Dickens para deixar pegando poeira na estante. Mesmo sem tempo para ler, eu queria aquela frase sobre o melhor e o pior dos tempos para mim. Queria uma materialização dessa verdade que tem sido toda minha vida.

Coisas banais às vezes doem tanto. Chorei demais o dia que meu cachorro morreu, bem agora quero chorar tudo de novo. É bizarro sempre pensar no nunca mais. Nunca mais ele vai deitar do meu lado e fazer tudo de ruim ficar um pouquinho melhor.

Depois disso, ficou meio difícil achar esse pouco melhor que arrasta a gente para o próximo dia. Como alguém tão presa as minhas responsabilidades, o senso de dever foi o que me trouxe até este dia.

Racionalmente, consigo ver as boas coisas. Hoje, posso comprar todos os livros que quero, mesmo que seja só para enfeitar a estante, só para ter algo reconfortante a olhar antes de dar boa noite apenas às estrelas.

Os dias chuvosos me trazem à memória os tempos mais simples. E desses tempos mais simples, recordo de a dor ser mais agoniante. Por isso, essa tristeza interminável de agora, daqui a pouco passa, ela tem hora de ir embora.

E mesmo que o nunca mais me devaste sem misericórdia, a esperança do fim eterno, sem nenhuma lágrima, ainda me consola. 

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Eu continuo voltando para os lugares que me seguram com o peso da responsabilidade. Só faço o que é preciso, porque existe um compromisso. Quero voltar a apreciar essas vivências, não apenas por conta da ciência de que são necessárias para minha existência.

Ler sem prazo, trabalhar sem pensar só no salário, andar pelas ruas sem medo, observando as nuvens me perseguindo do céu.

Contar as estrelas com a ponta dos dedos, falar para cada uma meu nome, antes que se apaguem.

Ouvir o sussurro das chuvas lavando o telhado, estender as mãos para apará-las antes que molhem o chão.

Escrever costurando as letras, sem objetivo específico, sem esperanças maiores.

Uma vida ordinária, comum e bonita. Quanta ambição pode conter todas as minhas minúsculas grandes expectativas. 

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O que eu vou fazer se de repente ficar feliz? Estava refletindo sobre essa possibilidade remota, uma vez que estou sempre preparada para o pior. Parece que a gente aprende a viver na infância e depois não consegue acreditar quando nos contam algo diferente. Desde pequena, aprendi que não há espaço para sonhar com uma vida diferente. 

Mas ainda assim estou em uma vida diferente. Então eu deveria sonhar? Deveria acreditar que ser feliz é mais do que uma possibilidade, que de fato é uma realidade alcançável? Falaram que viram alegria em mim e eu só dei risada. Deveria acreditar?

Contudo, se passo a acreditar na alegria, outros sonhos absurdos começam a brotar. O que eu vou fazer se todas as minhas certezas forem liquidadas pela fé de que pode ser melhor?

Eu não sei. Talvez deva só viver, independente das crenças que possam me limitar. 

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Ser mulher é só difícil, nada além disso. A gente tem uma lista infinita de tarefas a seguir e passa por todas elas ignorando dores pulsantes. 

Do sangue que perdemos, aprendemos que a vida é continuar. Ciclo vem e vai para um dia, depois de gradualmente desgastar, de repente se acabar.

Nas noites de sono picado, fechar os olhos para despertar sem acreditar. De novo uma piada inconsciente, a voz de bem lá de dentro não cansa de zombar.

Ser mulher é só difícil, muito além disso, é não deixar cansaço se estreitar, é caminhar em ruas de olhos bem abertos, na esperança de não os fechar. 

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A paciência é o ingrediente necessário para testemunhar os frutos de afeto semeados em terrenos áridos. Preferível seria uma colheita instantânea, mas só o tempo permite que o amor brote para além da barreira da ilusão.

É uma luta de amar não quem desejamos que o outro seja, mas quem realmente é. Passa por uma desconstrução de mundo, saber a verdade, de vez em quando, faz o apocalipse no coração. Mas continuo amando, mesmo sabendo que se fosse por merecimento, ninguém ia ser aprovado não.

Eu já matei sementes sem dó nem piedade. Em muitos momentos nem sei se sou capaz de deixar brotar algo bonito outra vez. Talvez a terra mais árida esteja aqui dentro. Todo dia espero uma chuva fora de estação que vai trazer nova vida, mas acabo desacreditada das possibilidades de mutação.

Tudo bem continuar com um coração seco, pelo menos posso admirar aquilo que brotou tendo partido da minha mão. 

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Que sono! Ando sem tempo de ficar cansada. Foi um mês de preparação para grandes coisas. Eu ainda me sinto muito pequena para viver tudo isso.

Tenho exercitado meu domínio próprio. Lutado para ter palavras mais doces. A vida já é tão amarga, não quero ser como ela. Claro que é muito difícil, quase impossível. Infelizmente ainda existe a noção dentro de mim que a gentileza é dispensável. Mas com tanta crueldade, eu quero ser gentil. Juro que sim.

A gente precisa viver a vida que tem, não a que a gente deseja. É contraproducente esperar que as coisas mudem para viver. Elas mudam o tempo todo. Os dias são totalmente diferentes dos de um ano atrás. Por isso a gente não pode esperar, tem que viver. Eu quero tentar, quero sim.

Mas estou com muito sono, só não queria deixar passar em branco que este mês eu me preparei para no próximo viver meus sonhos.

P.S.: Virou a estação, as chuvas pararam. A lua é sempre linda daqui, especialmente quando tem um planetinha do lado dela para se fazer de estrela guia.

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 Ah, amigo, as noites de desespero, não senti falta delas. Não busquei retornar a essa consciência da minha impotência diante da vida. Cada decisão que me guia que não é minha, perco mais um pouquinho da minha esperança no amanhã.

Eu sei, faz tempo que eu não escrevo, queria ser mais do que uma portadora de más notícias. Eu já quis muita coisa, tenho buscado voltar a esse estado de desejar. Como que a gente faz isso? Como se apega a sonhos que não tem data ou garantia de realizar?

Tenho alguns pesos no coração. Meus pais estão grisalhos, amar os próximos tem sido um ato de paciência desgastante. Às vezes a gente descobre fatos sobre as pessoas que sempre estiveram lá, mas que matam um pouquinho em sua materialização.

Posso falar a verdade? Antes eu tinha tanto, tanto medo da mediocridade. Hoje eu só quero abraçar ela e esperar o tempo me levar. Eu só quero ir, amigo.

E tenho ido, aos poucos, de repente, como sempre, surpreendentemente. Eu não faço ideia de como vim parar aqui. Não faço ideia de como sair. Talvez eu seja só uma piada mal contada. Talvez eu seja só mais uma memória a ser esquecida dos tempos de desespero. Eu ainda tenho medo, amigo. 

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Atipicamente as ruas têm transbordado constantemente. Parece que agora todos os anos começam alagados e foi a nossa vez de ver casas mais leves que o vento.

Voltei ao centro com expectativas de demissão, mas cortaram os gastos em outra ponta. Eu ainda preciso organizar em frases completas essa existência na contramão, um dia, quando eu voltar a dizer a verdade.

Porém, as palavras me falham quando a tragédia encara meus amigos de frente. Já aprendemos que a vida não é aquele conto dos vencedores, pelo contrário. Há uma profunda consciência de que precisamos conviver com as derrotas diárias.

Isso cria aquela expectativa, sonho, esperança, de ao menos uma vida tranquila, longa e pacífica. A questão é que a gente nunca sabe se esse tecido fino, cuidadosamente montado, irá ser cortado.

O que ainda me segura na beira da desesperança é o sonho da eternidade. Essa crença elevadora de que um dia a gente não vai mais precisar sentir saudades. 

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Olá!

Eu sou a Ana. Por aqui você vai encontrar começos de livros, desenhos quase bons e confissões de uma jovem adulta em uma jornada para alcançar algo além do comum. Fique a vontade.
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