E se eu for feliz?

O que eu vou fazer se de repente ficar feliz? Estava refletindo sobre essa possibilidade remota, uma vez que estou sempre preparada para o pior. Parece que a gente aprende a viver na infância e depois não consegue acreditar quando nos contam algo diferente. Desde pequena, aprendi que não há espaço para sonhar com uma vida diferente. 

Mas ainda assim estou em uma vida diferente. Então eu deveria sonhar? Deveria acreditar que ser feliz é mais do que uma possibilidade, que de fato é uma realidade alcançável? Falaram que viram alegria em mim e eu só dei risada. Deveria acreditar?

Contudo, se passo a acreditar na alegria, outros sonhos absurdos começam a brotar. O que eu vou fazer se todas as minhas certezas forem liquidadas pela fé de que pode ser melhor?

Eu não sei. Talvez deva só viver, independente das crenças que possam me limitar. 

Ana Marques

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