"Uma ideia bonita: Uma, roubava livros. O outro, roubava o céu."

"Com um sorriso desses, você não precisa de olhos."
Esse é um dos livros que mais me emocionou. Acho que toda essa coisa sentimental que eu desenvolvi com os livros, a ponto de chorar - muito - ao lê-los começou com esse aqui. E ele não me faz chorar porque fala de dor e guerra, mas porque fala de esperança. Da menina, do pai, do amigo, do lutador judeu, esperança que transborda em cada página e mesmo que já saibamos que não terá um final feliz e colorido esse livro toca tão profundamente que transmite um sentimento de que tudo pode se acertar, que podemos sobreviver, não importa o quanto isso custe.
Talvez eu esteja sendo um tanto sentimental, não é nenhum segredo que esse é um dos meus livros favoritos, mas é como está na contra capa: "Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler ". Essa estória tão especial tem muitos personagens brilhantes, mas nossa verdadeira protagonista é a roubadora de livros, também conhecida como Liesel Meminger, "uma especialista em ser deixada para trás". O livro começa a partir do momento em que a Morte encontra com ela pela primeira vez, e no decorrer do livro a nossa narradora nos guia até outros dois momentos em que a roubadora de livros se encontra com ela.

Eu nunca encontrei um livro com um estilo de narração tão único. A Morte nos conta e estória indo e voltando no tempo, já se adiantando ao que vai acontecer, e entre a estória de Liesel ela relata o que viu na guerra. O mais interessante é ver como tudo na trama está ligado, o que retrata muito bem o quadro da guerra, onde, mesmo quem não estava efetivamente lutando, estava envolvido de alguma forma. Eu já li muitos livros ambientados na segunda guerra mais esse trás algo que eu não havia encontrado antes: o ponto de vista das pessoas que simplesmente foram arrastadas para aquilo. Pessoas que esconderam judeus em seus porões e que não fecharam os olhos para as atrocidades. 

Como eu já disse o livro possuí uma extensa lista de personagens incríveis, memoráveis e impossíveis de não amar. O pai da Liesel, Hans, Rudy, o melhor amigo, Max, o que roubava o céu, e até Rosa, a mãe "amorosa" com a boca um tanto suja, mas com um coração que se prova enorme. Também há uma porção de outros personagens secundários extremamente interessantes difíceis de esquecer, mas ficaria uma lista enorme citar todos aqui.

Realmente é um livro que faz refletir, chorar, rir. Ele é doce e amargo ao mesmo tempo. "Ele pisoteia meu coração, ele me faz chorar". (Como certas coisas nunca mudam preciso falar... o quanto essa capa é linda, realmente segue um padrão que me agrada)
Quando eu li esse livro pela primeira vez eu não esperava nada, lembro que peguei ele na biblioteca por acaso e depois, naquela mesma madrugada, eu já estava me debulhando em lágrimas, isso foi a três anos e até hoje me lembro de tudo que senti quando o li pela primeira vez. Pra mim esses são os melhores livros, que deixam uma marca profunda e duradora. Agora espero que o filme chegue ao menos perto de tudo isso.

Ana Marques

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