Sou mulher

Às vezes não se parece comigo. Parece um termo maior e distante. Sou como as outras que vieram antes? Elas parecem maiores. Elas lutaram pelo que tenho hoje. Eu, na maioria das vezes, luto apenas pelo controle da televisão com minhas irmãs. 

Mas, sou grata, imensamente. O meu mundo é muito bom e, quando algo ruim acontece, eu tenho liberdade para buscar auxílio. Graças a quem esteve na luta antes. 

Em alguns momentos eu me sinto uma lutadora. Em alguns momentos me olho no espelho e me surpreendo com uma força que desconheço, algo que vem do fundo do meu coração. Às vezes sinto-me linda, deslumbrante. Às vezes acho que posso conter o poder que a palavra mulher possuí. Em alguns momentos acredito que honro essa palavra.

Na maior parte do tempo ainda me assusto com esse poder. É estranho ser uma (jovem) mulher. Por toda minha vida sempre fui tão menina, frágil, dependente. Mas, gradativamente, eu me tornei essa força desconhecida. Aos poucos eu aprendi como ser independente. Aprendi a ser feliz sozinha. Aprendi, com minha mãe, a ser determinada. Com minha avó, a ser de bem com a vida. Com minhas irmãs, a ser compreensiva. E, mesmo com todas as coisas ruins, é maravilhoso ser essa pessoa. É maravilhoso possuir essa força.

Eu amo quem sou.


Ana Marques

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