Onde fica a terra do nunca?

20 de janeiro. Tenho a impressão de que esses serão meus últimos dias de férias em um longo tempo. Semana passada falei para minha mãe que eu nunca quis isso: ser adulta. É uma chatice se você quer saber o que eu realmente penso sobre envelhecer. 

Claro, ainda sou jovem. Mas, obviamente, a tendência é que isso se acabe em alguns anos. E realmente me apavora não saber o que fazer a seguir. Realmente surto só de pensar em tomar decisões definitivas nos próximos meses. Não sei nem se vou querer almoçar mais tarde, quanto mais o que farei no próximo ano. 

Então eu quero aproveitar essa madrugada para ser irresponsável só mais um pouquinho. Sem comer ou dormir direito uma ultima vez. Escrevendo até o amanhecer e postando sem revisar (isso que é viver no limite). Vou tentar viver mais um pouquinho como a pessoa que eu era alguns anos atrás. 

Mas já não é mais a mesma coisa. Não troco mais o mas pelo mais. Não leio 100 livros por ano. Não saio todas as tardes para tomar sorvete. Não fico imaginando como espetacular seria a faculdade. A minha principal preocupação não é mais se minha série favorita será renovada ou não. 

Agora eu já estou concluindo a faculdade. Agora tenho que me preocupar com o aluguel. Agora eu sou gente grande. E para ser bem sincera vou aproveitar as poucas horas que ainda posso dormir antes do trabalho. 


Ana Marques

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