A Vida é Poema
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 A felicidade é algo que a gente prova com a ponta da língua. Tem aquele gosto de coisa que não vai ficar. Tentamos fazer esse sabor durar, mas sem sucesso, engolimos os nós que por fim a tristeza vem deixar.

E que gostinho efêmero, vem e devasta sem rodeios. Cria uma desordem capaz de sufocar. Deixa a gente irracional, só o que faz sentindo é crer que a sensação durará.

Mas, vale o preço? Aqueles segundinhos de prazer são tão caros que vamos sempre nos sujeitar ao caos? Vamos nos deixar engolir, para depois ter a falsa ilusão de tomar uma gotinha de alegria?

E se no fim a gente descobrir que o tempo todo correu atrás do sabor errado? E se no fim a felicidade for algo que a gente só prova com alguém do lado? A nossa insignificância não permite que as respostas sejam encontradas, então como podemos saber se não demos tudo buscando a sensação errada?

Eu lembro da chuva caindo pela janela velha daquela pequena casa. Eu lembro de esticar minha língua e beber daquela água que era limpa na estação mais quente. Eu provei a chuva e fui feliz. Com a ponta da minha língua eu encontrei essa resposta. A felicidade é algo que a gente só prova.

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Este foi o ano que reli aquela carta do passado. Quanta piadinha! Não tem graça rir da desgraça (e com antecedência).

Aqui, cinco anos no futuro, o mundo anda muito diferente. E eu estou completamente diferente. Sinceramente, às vezes, tenho vontade de apagar tudo que você escreveu. Mas te apagar é me apagar, então fica aí para a posteridade cada carta melosa para paixãozinha que nunca deu em nada.

Isso me irrita em você, como a gente já banalizou as cartas de amor. Fala sério, Ana, eu sei que seus sentimentos sempre foram genuínos, mas não podia ter escrito essas 78 (?) cartas e, ao invés de começar com querido amor, começar com um... Querido desperdício de tempo do momento. Certo, perdão, não quero soar amargurada. É só um pouco triste olhar para o passado e ver o quanto de frase de efeito boa que a gente já desperdiçou por aí.

E já que estou sendo sincera, você precisa entender quem você realmente é. Ana, aceite que a gente é chorona sim. Somos tímidas, sempre fomos e sempre odiamos isso. E você é linda, mesmo que a acne não tenha sumida depois da puberdade, como era a promessa.

Ana, eu sei que às vezes parece impossível, mas você consegue. Lembre-se de respirar. E, por favor, para de brigar com tanta ferocidade pelos seus ideais, isso sim é um desperdício de energia. Ninguém vai poder roubar seus valores, não se preocupe com isso.

E eu sei, eu sei que a gente tem a tendência de enxergar mal. A gente não vê a beleza do presente. Esquecemos que não estamos só. Lembre-se, Ana, você têm um monte de gente que briga por você com ferocidade. E não, isso nunca vai deixar de ser uma surpresa.

Acho que já falei demais. Eu não me lembro quem éramos ao escrever para o futuro. Só posso te garantir agora, escrevendo para o passado, somos capazes de ainda sonhar. Talvez até os 30 a gente realize algo de fato? Resta esperar. 

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Sonhava sempre que tentava alcançá-la antes da queda, sem sucesso. A cada noite o chão parecia mais próximo, as mãos escorregadias incapacitadas de segurar com firmeza. Não importava o seu nome, o porquê da queda, a velocidade, o ponto é que eles continuavam caindo pela inconsciência.

Falou com muita gente sobre significados do subconsciente, mas para ele o único sentido daquilo foi definir como um fracasso diário. A vida era um caos sufocante, e no momento de descanso, ele não poderia salvá-la, não poderia se salvar. Aquilo era sua eternidade, seu ciclo vicioso, o limiar entre o pensar em ser e o não controle do que não se é.

Na eternidade seguinte, ele finalmente decidiu respirar. E uma respiração depois, ele se deixou levar. O chão tão próximo, o cheiro do cabelo dela parecia real, uma respiração seria o fim? A eternidade acaba quando finalmente despertam os pulmões?

Durante noites incontáveis, sua realidade estava suspensa pelo peso dessas impressões. Mas, finalmente, ele entendeu que naquela realidade ele não era a salvação. Ele se deixou cair.

E finalmente, enfim, ele conseguiu ver o rosto dela. Depois de tanto tempo, ela conseguiu alcançá-lo, uma fez que já não existia uma força oposta dificultado esse resultado. E ela estava sorrindo.

E então eles não estavam caindo. O chão nunca chegou porque aquele era o início de um voo, não sem turbulências, mas longe de ser um caminho sem fim à tragédia.

E de pesadelo eterno, ele encontrou um sonho duradouro. Agora ele podia vê-la sorrindo, enquanto as nuvens oníricas coloriam a paisagem. Ele nunca saberia seu nome, mas sua companheira fantástica o ensinou que a distância entre cair e voar é uma questão de ângulo.



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Eu sou a Ana. Por aqui você vai encontrar começos de livros, desenhos quase bons e confissões de uma jovem adulta em uma jornada para alcançar algo além do comum. Fique a vontade.
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