Incômodos matinais

Eu ando pensando muito em você.
Desejo que você esteja bem.
Minha vida tem mudado tanto que quase nem sobra tempo para sentir sua falta.

Mas essas dores femininas me incapacitam.
E minha fome me incapacita.
E essa primeira luz da manhã me incapacita.
Nesses momentos você surge no fundo da minha mente.
Nos meus momentos de fraqueza você clama pelo seu lugar de direito: minha vulnerabilidade.

Porque o amor é isso, se sujeitar à vulnerabilidade.
E está tudo bem não conseguir fazer tudo sozinha.
Está tudo bem precisar, às vezes, de um remédio para aliviar a dor.
Está tudo bem amar alguém longamente e silenciosamente.
Contando que nada disso me mate, tudo ficará bem.

É a primeira vez que olho o amanhecer daqui.
Eu tenho medo disso, dos amanheceres parecerem sempre tão extraordinários.
Porque dessa maneira como posso escolher um favorito?


Essas dores femininas... 

Ana Marques

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