Coquetel

Aquela garota está travando uma batalha. Seus pés estão doloridos e ela questiona a necessidade da maquiagem. Será que eles não podia deixá-la ser o patinho feio, a gata borralheira, qual o problema de se misturar com a paisagem num dia de trabalho?

Coquetéis são sempre assim. Ela começa e termina suas obrigações com o pensamento único de qual será o momento de ir para casa. As pessoas bebem champanhe e colocam uma taça na mão dela, "Beba" eles falam, ela "Não, muito obrigada" e pensa... "Esse cheiro de álcool me faz desejar estar em qualquer outro lugar".

O som das conversas é tão alto, ela procura um lugar para descansar, mas tem sempre uma outra tarefa, vamos garota, ainda é hora de trabalhar!

No fim da noite são poucas as pessoas resistentes, mas o barulho só aumenta. Quem vai dirigir para casa já que todos estão bêbados?

Mas tem aquele garoto, talvez ele tenha bebido uma taça ou duas. Calado, gentil. "Vamos garota, eu te levo em casa, eu te salvo dessa madrugada com bêbados barulhentos". 

Ele sabe dizer as coisas certas, ele deixa ela a vontade, e no fim a garota está feliz. Mais um dia de trabalho e o céu está lindo, e ela não precisou se preocupar no caminho, porque o garoto dirigia bem. 

Ana Marques

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