Incerteza

É como se não houvesse o mínimo de esforço alheio para evitar um transtorno na minha vida. Eu me esforço tanto para não incomodar ninguém, queria que as pessoas retribuíssem essa delicadeza.

Ontem eu chorei pra caramba. O que eu estou fazendo da minha vida? É terrível dormir e acordar com a incerteza. Será esse meu último trabalho, meu último ato de coragem nessa bolha hostil de indiferença? Sinceramente, não aguento mais.

Eu quero começar uma vida simples, com um mínimo de esperança para o futuro. Não precisa ser nada elaborado, eu sempre me contentei com pouco. Eu só quero alguém do meu lado, um ambiente saudável, paz para fazer a minha parte sem tanto, tanto, tanto esforço.

Semana passada eu fiz uma seção de terapia. Eu deveria continuar? Provavelmente. Mas essa angústia é tão grande que eu nem consigo falar sobre ela. Durmo e acordo com a sufocante sensação de que tudo já era. A incerteza me oprime e me desconcerta. 

Ana Marques

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