Amor e sorvete de milho

 

Penso nele pelo menos uma vez por dia, especialmente no finzinho da tarde, quando parece que o sol vai beijar a terra, quando o céu fica com cor de apaixonado. Caminhando sozinha, eu penso em como amor é similar a sorvete de milho, às vezes inconveniente, em outras surpreendente, mas sempre refrescante. O amor refresca o coração.

A gente reinventou as declarações de amor. Antes enviavam cartas, telemensagens, "alô, Juliana, temos um recado especial de alguém que te ama". Agora eu espero um áudio no Whatsapp. Em quanto tempo nossa linguagem vai ficar datada? Mas, nem que seja em mensagem de texto, um "oi, sumida", já me alegraria por inteiro.

Tem hora que essa distância tão próxima me desconcerta. Como pode ter alguém a distancia de um enter, que ao mesmo tempo parece impossível de se alcançar? Faz falta olhar nos olhos, abraçar em reencontros e corar de alegria nessa equação. Eu só queria levar ele para tomar sorvete de milho e ver essa virada de estação. 

Ana Marques

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