A dor do escritor



Faz 25 dias que completei 25 anos. A esta altura da vida, eu já devia saber melhor para onde estou indo, mas não faço ideia. Talvez eu não queira saber. Mas eu sei muito bem de duas coisas. Eu conheço meu coração e eu gosto de escrever sobre ele.

E eu já escrevi tanto. Já me desfiz em palavras para me refazer depois. Já tentei escrever instruções precisas de como ser encontrada, para no fim eu ser quem estava perdida. Eu escrevo e escrevo e tento não sofrer quando não há alguém para ler.

No fim, é um paralelo, sempre uma metáfora, uma imagem de como há sempre beleza e dor. O sofrimento é real para que nasçam alguns parágrafos. Quantos corações partidos para que aquele livro fosse possível... Hoje já me consolo com as dores ao pensar que pelo menos na minha arte, nos meus textinhos de internet insignificantes, a dor poderá ser ressignificada.

Escrever torna a dor tolerável. Escrever me permite continuar mesmo quando não encontro motivos. Escrever me permite amar, ainda que não encontre retribuição nisso. Escrever me permite respirar quando é muito difícil.

E é sempre muito difícil. Por isso eu escrevo e respiro. Eu respiro porque escrevo. 

Ana Marques

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