Já que está na moda

Eu não sei muito sobre Niilismo. Ouvi dizer que anda na moda, mas com meu conhecimento superficial, posso dizer que entendo de certa forma. Eu já senti isso. Uma espécie de onda avassaladora na qual nada faz sentido. Uma percepção de que nada existe, de que esse corpo não é material o bastante para me provar que a vida é.

Mas, ela é. Eu sou grata pela onda, porque ela vem e logo vai embora. Ela provoca mudanças, e talvez em alguns ela estabelecesse a descrença. Mas, depois de sobreviver ao nada, eu acreditei com mais veemência no algo maior, no Deus, na vida, no amor, na fé.

Isso não me torna alienada, ou massa de manobra, vaca de presépio. Pelo contrário, minha fé é baseada em uma ampla reflexão, na qual a minha razão faz perguntas constantes. O ponto nem é encontrar as respostas. O que importa para mim é sentir que tenho um diálogo com o criador. E é reconfortante saber que eu tenho liberdade para acreditar.

Também é reconfortante saber que as outras pessoas têm liberdade para desacreditar. Por mais que as coisas sejam mais complicadas que isso, é bom viver em um tempo, em um país, no qual podemos escolher.

Às vezes, eu tenho um pouco de medo. Queria que fosse mais simples, que eu me encaixasse em um padrão esteriotipado e pré-estabelecido. Mas, é assim para mim. Já faz um tempo que decidi não esconder o que penso, quando questionada.

Claro, o silêncio ainda é uma boa maneira de evitar discussões existenciais. Mas, em alguns momentos, existem coisas que precisam ser ditas. E hoje eu queria deixar claro que também é bom, sábio, saudável e inteligente acreditar.

Ana Marques

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