A Vida é Poema
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Ela era a garota tempestade em uma terra árida. Sufocava minuto a minuto sem encontrar um alívio. Planejava fugas diárias, mas sempre terminava no mesmo cubículo. 

Com expectativas mortas, as plantas secavam na sacada. Pode alguém que está definhando alimentar algo? Ela não acreditava. 

E ao voltar ao apartamento vazio, ela sempre encarava as paredes vazias se perguntando o que raios era tudo aquilo?! O que ela ainda estava fazendo naquela vida oca, seca e solitária?

Olhar para o próximo era reconfortante, afinal todos pareciam ter sede. Por isso ela fechava os olhos, dormia, para depois viver mais um dia de rotina.

Era bom relembrar os sonhos coloridos do passado. Ela quis ser professora, bailarina, mãe. Ela quis ser. Quis ter. Mas, só o que sobrou foram as louças para lavar na pia.

E estava tudo bem, porque quando tudo parecia insuportável, quando ela sentia que a desidratação a levaria à cova, ela sentava e escrevia, afinal sonhar no papel era um prazer secreto. Ninguém poderia excluir de sua sociedade o que ela de fato queria.

No fundo, fundo, fundo ela se agarrava às palavras. Se fundia às sentenças de forma que não existia maneira de separá-la de suas ilusões escapistas. Ela bebia do papel, do alfabeto, das folhas oxidadas de livros baratos. Tempestuosamente sobrevivia. Se derramava tentando ser mais do que uma autora esquecida.

"Eu vou escrever para viver.
Da palavra eu vim, para a palavra vou.
Eu me calo, mas em silêncio ainda grito:
EU SOU AQUELE LIVRO
QUE TE DEU UM MOTIVO
PARA VIVER OUTRO DIA."
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Amor, acho que o mundo já acabou. Muitos dizem que a terra vive ciclos, e talvez a gente tenha chegado no momento da extinção. Não sei se isso me deixa triste ou aliviada. Todo dia é um novo luto a guardar. Não sei como lidar com isso.

E a gente continua votando em pessoas inescrupulosas. A gente continua com essa cegueira seletiva, que condena alguns, mas que finge não ouvir quando os gritos partem da casa ao lado. A gente continua atravessando a rua para evitar o faminto. Continuamos no nosso ciclo de indiferença.

O terrorismo, a loucura, a natureza matam. Mas, a fome, a miséria e a depressão também. E eu não posso ser um escudo humano, mas eu posso ser um porto seguro para quem está ao meu lado. 

Mas, a gente não se importa. Não nos importamos com nosso próprio bem estar, e o próximo fica a cada dia mais distante. Estamos morrendo, amor. Estamos nos matando.

Seria bom ter um fim digno. Talvez a guerra nuclear aconteça amanhã, e seria só isso? Desapareceríamos sem ter feito nada de bom. O universo nem notaria a nossa inexistência. E quanto a esses fatos que fogem do nosso controle, afinal ditadores escalam o poder sem permissão, a única coisa que podemos fazer é pedir aos céus que a gente ainda tenha chances de redenção.

Mas, amor, eu não sei se realmente resta em nós algo de bom.
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Eu sou a Ana. Por aqui você vai encontrar começos de livros, desenhos quase bons e confissões de uma jovem adulta em uma jornada para alcançar algo além do comum. Fique a vontade.
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