Não deixe de se alimentar

Estou com fome. Sendo sincera, vivo uma relação de amor e ódio com minha alimentação. Não estou doente, só não tenho vontade de comer (na maior parte do tempo). Então é estranho perceber a necessidade física de energia. Talvez eu esteja tão desanimada porque ando tendo refeições dignas apenas nos fins de semana.

Às vezes, tenho medo de ser como Theodore ou como a Hannah. Nossas semelhanças me assustam. E minhas mãos sempre frias me assustam. Mas, não o bastante. Nunca é o bastante.

Até que ponto é possível distinguir entre o estar bem e o caminho sem volta? Existe caminho sem volta? Eu não sei nenhuma das respostas.

Eu tento manter as mentiras longe das minhas palavras, mas é tão complicado dizer apenas a verdade. Ninguém quer realmente saber, porque ninguém quer se responsabilizar. Todos estão muito ocupados. Esse tipo de incômodo deve ser tratado em silêncio para que a não haja pertubações na rotina. E se me perguntarem o que realmente está acontecendo, um sorriso é uma boa resposta como qualquer outra. 

A fome já passou. Talvez mais tarde eu faça pipoca.

Ana Marques

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