Mais rock, menos bar

Pessoas são estranhas. Não sou o tipo observadora, mas sempre identifico certos padrões intrigantes. Como a forma que em geral todos querem que eu me transforme em algo diferente. Não parece ser algo intencional, mas ouço muito: "você devia ser mais como eu...". 

Com meu cabelo azul, meu jeito introspectivo, minha facilidade em ignorar o ambiente ao redor, decidi tentar. Tentar fazer coisas fora da minha zona de conforto. Essa semana fui a um lugar do qual sempre ouvi falar. Foi bem como os outros lugares: repleto de pessoas com as quais não me identifico muito. As horas passavam e elas ficavam mais distantes, a fala mais arrastada. Eu não sou como elas. Definitivamente não há nada para mim ali quando se olha apenas ao redor. 

Mas, eu fui com amigos. E é sempre maravilhoso rir. É maravilhoso viver situações absurdas ao lado de pessoas queridas. Esse é o melhor ingrediente para memórias. E já são boas lembranças, desde o momento de dizer: "você é especial para mim", até: "você é especial para o mundo".

Eu sei que preciso viver mais. Tenho noção de que abdico de mais do que deveria. Mas, eu tomo minhas próprias decisões. Eu não preciso de ninguém me pegando pela mão e tentando me levar por um caminho desconhecido. Eu sempre fiz meu próprio caminho. E eu gosto de não ser como a maioria, mesmo que seja difícil não fazer o que é esperado em alguns momentos.

Foi divertido conhecer o bar das quintas, mas ele não fez meu coração disparar. Foi um bom lugar para se estar com os amigos, mas, quando amamos as pessoas todo lugar é. Talvez, com o teor de álcool fora da equação, ou com uma música conhecida em questão, meu coração respondesse ao ambiente e se apegasse. Mas, não. 

Acho que no fim é isso que importa: continuar procurando um lugar, um alguém, uma canção, uma emoção, que faça disparar o coração. Sigo na busca.

Ana Marques

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