Adeus, Amor

Tudo bem, eu comecei a escrever com aquele filme dos dois meninos na cabeça. Um filme tão lindo que parte o meu coração, que me faz ter vontade de chorar. Mas agora a única coisa que tenho em mente é essa imensidão de tempo que eu tenho esperado um beijo seu. Entenda, um beijo já era o bastante para sobreviver por mais vinte anos. Mas a gente nem se conhece, então acho que vou definhar como as plantas que morrem sem o sol. Sem o calor do seu carinho vou definhar em um mundo sem cor. 

Eu realmente não queria escrever isso. Expor uma vulnerabilidade que as pessoas julgam tão facilmente. Mas elas sempre julgam, e isso me magoa. Eu só quero que todos sejam felizes, inclusive as vadias que merecem o título. Para todos, só felicidade! Com doses de tristezas para não ficarmos autoimunes às alegrias pequenas. 

Mas no fim estamos tão ocupados com nossos preconceitos, chiliques que é isso, a nossa vida vira um vexame. Nós somos os filhos, e a vida, a mãe que não consegue nos controlar quando sapateamos no supermercado por causa do cereal de chocolate. Sinto muito mãe vida, não há como argumentar com crianças malcriadas. 

Será amor, que você está ocupado demais com criancices para vir me beijar. É só um beijo.

Não, não só um beijo. O beijo. Aquele que vai me fazer sorrir depois. Só o amor pode finalmente me mostrar como é isso. 

Mas tudo bem, te mando um beijo daqui, sinta na sua bochecha. Eu tenho um coração enorme, sempre encontro justificativas para as falhas alheias. Talvez um dia você conheça meu coração. Talvez um dia você entenda porque cada coisa que te escrevo tem um tom melancólico de despedida. A verdade é que eu já te confundi amor com tantas paixões que é mais fácil te dizer adeus, mais fácil não arriscar a beijar outro erro. É mais fácil dizer adeus e esperar que você me contrarie e diga olá. 

Olá amor, só demorou uma década. Olá amor, tenho um beijo para você. E mais dois, ou duzentos. 

Ana Marques

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