"Há duas tragédias na vida. Uma é a de não obter tudo o que se deseja ardentemente; a outra, a de obtê-lo." — George Bernard Shaw

Eu definitivamente não sei o que há de errado em mim. Perco meu tempo desenhando, escrevendo, sonhando e deixo a vida passar esperando que algo extraordinário aconteça. Eu tenho essa tendencia de me fechar para o mundo. Eu esqueço com muita facilidade as coisas importantes.

Acho que faço isso porque dói lembrar o passado. Sonhar é como vislumbrar o futuro, ansiar pelas possibilidades, mas recordar é algo doloroso, é difícil derrubar os muros que eu construí em volta do que ficou pra trás. E, a cada dia, tudo isso fica mais distante que não encontro tempo entre as minhas distrações para valorizar as coisas boas que me foram concedidas.

Um dos grandes problemas a cada dia 12 de junho é que passado e futuro se misturam. As recordações dos que já foram se mesclam com o que eu sonho que virá. É... a dor tem esse truque, de ir se juntando a outra, aquela coisa de um abismo chama outro, e o que deveria apenas ser uma data boba acaba se tornando um dia para lamentações.

Eu não quero ser uma garota estúpida, mas entre o que eu quero e o que eu realmente sou há uma grande distância. Porque eu sei que é estúpido ficar o dia todo trancada em casa assistindo a coisas idiotas criadas apenas para me alienar. Sei que é estúpido iniciar um texto vinte vezes na minha mente e nunca realmente escreve-lo, e o pior é achar que nunca será bom o bastante, uma grande redundância certo!? Porque se eu nunca escrever como um dia poderá ser algo? Eu sei que é estúpido fazer perguntas que ninguém irá responder e acima de tudo sei que é estúpido sonhar com uma pessoa e nem ao menos tentar ser algo por ela.

Eu quero merecer o amor com que eu tanto sonho mas como isso pode acontecer se eu nem tento ser uma boa pessoa?

Durante muito tempo eu estive em busca das coisas erradas e em caminhos que não me levavam a lugar nenhum, mas eu quero ser diferente. Escrever sobre o que sinto tem sido parte da minha vida, sempre foi assim, não porque me faltam ouvidos amigos, mas porque dizer nunca é o bastante. Para mim é necessário que alguém escreva e que alguém leia, aí sim a mensagem será passada. A partir do momento em que eu escrevo imaginando como seria falar tudo isso eu estou transmitindo algo, e quando alguém lê isso de forma diferente, além de receber, está levando uma nova mensagem. Porque eu estou escrevendo esse texto como se o mais forte inverno estivesse chegando ao fim, mas você pode lê-lo com se a esperança de que a primavera nunca acabe esteja no ar e talvez nada disso faça sentido, mas o que o meu coração deseja ardentemente tocar alguém com essas palavras.

Só em um abrigo eu poderia sussurrar esse meu sonho: que as minhas palavras ganhassem vida. E sim, eu sei que ando perdendo com muita facilidade a linha de raciocínio, mas eu não desejo fazer sentido, eu desejo fazer sentir. Faz uma enorme diferença.

Eu só queria dizer que hoje não é um dia para tristezas ou revoltas, quer dizer, a copa vai nos falir? Quem sabe! Você está sozinha? Bom, quem se importa... Mas tudo isso é tão trivial quando temos algo para buscar. As tragédias estão por toda parte e a maior delas para mim é fica trancada em casa, deixando de viver por medo de tudo não sair como foi sonhado, planejado. 

Já é tarde, mas isso não importa porque quando eu escrevo as palavras se tornam reais e mais que isso, o que eu sinto se torna uma verdade incontestável.
Enfim... Feliz dia do amor.

Ana Marques

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